sábado, 12 de dezembro de 2009

Tese de Doutorado

Autor Desconhecido

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois, passou por ali a raposa e viu aquele suculento coelhinho, tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa: ﺉ
- Coelhinho, o que você esta fazendo aí tão concentrado?
- Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho sem tirar os olhos do computador.
- Humm… e qual e o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
- Ora! Isso e ridículo! Nós, as raposas, é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo a minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouve-se uns ruídos indecifráveis e alguns grunhidos de dor; e depois, o silêncio. Em seguida o coelho volta sozinho e, mais uma vez, retoma os trabalhos no notebook, como se nada tivesse acontecido. Meia-hora mais tarde passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.
No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda. Resolve então saber o que se trata, antes de devorar o coelhinho:
- Olá, meu jovem coelho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutorado, Sr. Lobo. E uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os piores predadores naturais dos lobos.
O lobo não se conteve e caiu na gargalhada com a petulância do coelho:
- Ah, há, há, há!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto e um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa…
- Desculpe-me, mas se você quiser, eu posso apresentar a prova da minha tese. Você gostaria de me acompanhar a minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e silêncio.
Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta a dedilhar o teclado de seu notebook, como se nada tivesse acontecido…
Dentro da toca do coelho, vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados, peles de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado e sonolento, a palitar os dentes.

Moral da história:

•    não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
•    não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
•    não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
•    não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos.
•     O que importa é quem é o seu orientador.

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